sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

POR QUE COMPORTAMENTO EQUINO?

Muitas pessoas costumam me perguntar sobre os motivos que me levaram a estudar sobre comportamento equino... e o porquê de utilizar este termo para denominar meu trabalho, na contramão de tantas outras técnicas que utilizam o termo DOMA no nome.

Pois bem, explico:

Na minha concepção, o comportamento é a base para a compreensão de uma espécie. Todos os aspectos reprodutivos, fisiológicos, anatômicos e instintivos se refletem na forma como os animais de uma determinada espécie se comportam!

Conhecendo e analisando comportamentos típicos da espécie equina, tenho a condição de visualizar e mensurar os comportamentos atípicos, aberrantes e anormais de indivíduos e, a partir disso, estabelecer um modo de corrigi-los.

Alem disso, a análise do comportamento dos cavalos me permite antecipar algumas reações ruins, no sentido de proteção individual, tanto minha quanto do animal com o qual estou trabalhando.

E por último, usar a linguagem corporal, juntamente com comportamentos que são claros e conhecidos pelo cavalo, ajudam na compreensão do que estamos solicitando a eles. Em outras palavras, tento agir como um cavalo agiria ao interagir com outro animal.

Vejamos um exemplo prático:

Um cavalo que empina e foge quando consegue sair da pressão, provavelmente apresenta um medo muito grande da ação que propomos a ele quando colocamos a pressão... E empina para sair desta pressão, uma vez livre dela, ele se afastará... Esta é uma reação comum quando existe medo excessivo...

Porém existem cavalos que disputam dominância (geralmente machos inteiros) com empinadas seguidas de manotaços. Nestes casos, a mesma empinada ganha um sentido diferente do anterior.

E há, também, animais que empinam de forma agressiva quando manuseados, pela ausência total de medo do ser humano, por não aceitar o que solicitamos como ação. Neste caso, é uma reação agressiva! Um exemplo dessa reação pode se observar neste vídeo.

O tratamento destes dois tipos de traumas, excesso de medo e ausência de medo, são diferentes, embora o comportamento apresentado possa ser o mesmo! No primeiro, estabelecer a confiança será o passo mais importante. No segundo, estabelecer limites e hierarquia se tornam mais relevantes inicialmente.

O que eu quero mostrar com isso é que os cavalos tem um comportamento natural, baseado em todos os aspectos já citados da sua espécie. E que, a partir do conhecimento do que é normal, em termos de comportamento, é possível visualizar o anormal e suas causas.

Para finalizar, cavalos não são animais bravos e violentos por natureza... Sendo assim, o que faço com potros sem traumas é uma iniciação deles ao homem e à finalidade para a qual desejamos este animal. Domar é sinônimo de amansar. E não é isso que eu faço... 

Ter um animal manso é o resultado final do trabalho. Mas não é o foco principal do trabalho. Meu foco é iniciar bem, tirar traumas, estabelecer uma relação saudável e justa entre homem e cavalo. É tornar o mundo um lugar um pouco melhor para eles...

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço!

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

AEROFAGIA!



Aerofagia é um dos mais conhecidos exemplos de comportamento estereotipado, desenvolvido geralmente por cavalos de cocheira.

Consiste no ato de sugar e engolir o ar, fazendo com que este percorra o trato digestivo do animal, podendo causar sintomas locais e sistêmicos, que vão desde dor abdominal e síndrome do abdômen agudo à queda no desempenho e perda relevante de peso, com piora de estado físico.

Normalmente desencadeada pelo estresse oriundo do excessivo tempo confinado, a aerofagia é uma patologia do comportamento. Se apresenta de forma crônica e progressiva, aumentando o tempo e quantidade de ar ingeridos ao longo do tempo.

Não existe uma cura para esta estereotipia. Muito se tem pesquisado a respeito. Há relatos de cirurgias, uso de artefatos (coleiras) e medicamentos, mas nenhuma com satisfatório grau de cura, além de atentarem contra o bem-estar do animal em questão.

A dica é PREVENIR! Cavalos necessitam espaço e tempo livre! Além disso, distrações dentro da baia para entreter o cavalo nos períodos confinados também podem ajudar.

Para os cavalos que já apresentam este distúrbio, uma mudança no manejo é essencial para a atenuação do problema. Envolvendo tempo em liberdade, quantidade de refeições diárias, quantidade de volumoso (pasto) diário, opções de distração e etc.

Lembre-se, cavalos desenvolvem aerofagia por uma necessidade fisiológica em função do confinamento que NÓS impomos a eles. Não é uma simples mania, como muitos pensam, não tem relação com genética e não passa de um cavalo para outro.

Então, a "culpa" pelo aparecimento deste distúrbio é inteiramente humana, por um manejo errado que não leva em conta as necessidades naturais da espécie equina.

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço.






sábado, 10 de novembro de 2012

VÍDEO DE UM POTRO COM TRAUMAS - 5º DIA DE TRABALHO

Este vídeo mostra a mudança de comportamento do Potro Agressivo da postagem anterior, com apenas 5 dias de trabalho.



A técnica consiste em deitar o animal, de forma não traumática e sem violência e, a partir desta posição de submissão do animal, reorganizar as associações que o cavalo tem a respeito do manejo.

Após 3 dias de trabalho, a mudança na expressão corporal do potro é nítida. As reações agressivas de morder e empinar (com manotaços muitas vezes) sessaram praticamente por completo.

Tanto proprietário quanto tratador relatam que o animal já está mais calmo no convívio diário, e que as situações de conflito diminuíram drasticamente.

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço!

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

VÍDEO DE UM POTRO COM TRAUMAS - EXTREMAMENTE AGRESSIVO!

Este potro crioulo, inteiro, de pouco mais de 2 anos apresenta um trauma comportamental motivado pelo mau manejo. Estas reações não são fruto de violência para com o potro, e sim pelo excesso de manejo e não correção destes comportamentos quando mais novo.

O vídeo demonstra as reações agressivas do potro diante do manejo básico de cabresteamento e guia. As imagens correspondem aos primeiros contatos com o potro e servem para avaliação dos traumas e visualização das reações, para posterior tratamento.

O objetivo da filmagem é demonstrar como o excesso de manejo dos potros pode ser prejudicial. E que traumas não ocorrem somente pelo uso de violência, e sim pelo manejo inadequado, especialmente em se tratando das correções de comportamentos ruins logo que aparecem.

Este cavalo demonstra uma ausência quase que total de medo, somada à uma característica individual muito forte de dominância. 

As reações aparecem sempre que ele é contrariado! E são extremamente agressivas! Pois aí está um dos maiores desafios da minha vida profissional! 

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço!


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

PALESTRA - Semana Acadêmica de Medicina Veterinária da ULBRA

A convite da turma de Formandos, vou palestrar na Semana Acadêmica de Medicina Veterinária da ULBRA. A Palestra será no dia 31.10.2012, às 10:30, no auditório do Prédio I.

Aos interessados, informo que a entrada é franca e liberada para não alunos.

Segue abaixo a programação:


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

PRECISO REALIZAR UM TRATAMENTO CLÍNICO EM UM CAVALO COM TRAUMAS COMPORTAMENTAIS... E AGORA?

Minha última postagem motivou uma pergunta, por parte de uma colega médica veterinária, da qual a resposta eu quero compartilhar aqui com todos.

"Gostei muito do blog... E gostaria de lhe perguntar, qual é a melhor forma de se portar frente a um cavalo que é maltratado, assustado e que sofreu algum tipo de lesão e não deixa realizar o tratamento em seus ferimentos?? Eu pergunto a você, pois sou veterinária e não gosto de ficar passando cachimbo e sedando..!! Queria entender outros métodos...!!!"

Cavalos com trauma por maus tratos e agressões exigem uma postura diferente da nossa parte, por duas razões básicas:

Primeiro porque quanto mais agressão sofrem, mais medo terão, e mais agressivos ficarão também, com intensão de se defender... Isso funciona como uma bola de neve, e quanto mais contenção física utilizares, pior ficará a situação. Até o ponto em que se tornará impossível realizá-la.

Segundo porque o trauma transforma o cavalo. Estes passam a não apresentar um comportamento previsível. Suas reações tornam-se instáveis e inesperadas, de modo que o risco de acidente de trabalho para o cavalo e para quem o maneja multiplica-se de forma muito relevante.

A coisa mais importante que temos que ter em mente quando manejamos um cavalo que tem um trauma e está com um ferimento é que este animal é a soma de dois sentimentos: MEDO e DOR.

A partir disso, todas as nossas ações devem ter como objetivo tirar medo e aliviar dor. Neste sentido, meu plano é ganhar a confiança deste cavalo, com uma linguagem clara e objetiva, a fim de mostrar para ele que não represento perigo, mas que comando a situação (utilizo muito o REFORÇO POSITIVO para isto). Depois sim, vou ao objetivo final que é o tratamento.

A nível de exemplo: supondo que existe uma lesão no membro anterior e o cavalo não permite o toque. Começo a tocá-lo pelo pescoço ou pela cernelha, com a intenção de tocar a paleta... e vou descendo a mão devagar e progressivamente até o local onde o cavalo se incomode com a minha mão (pode ser antes da lesão). Ali deixo minha mão até que ele pare com as tentativas de tirá-la dali.

Neste momento, é a hora de reforçarmos positivamente: Fazer um carinho na testa e sair breves segundos de perto do animal. Assim eu vou até que me permita chegar no local da lesão... Sempre liberando a pressão quando ele permitir o que eu desejo. 

No momento em que chegamos na lesão, ou no local onde queremos chegar, CUIDADO! Muita gente erra exatamente neste momento, por ansiedade! No momento em que conseguimos chegar, devemos ALIVIAR A PRESSÃO, tirar a mão. Ao contrário disso, o que mais se vê é a tentativa apressada de realizar o tratamento logo. Então, quando chegares onde quer, dê uma pausa, tome uma água, prepare a medicação... Dê ao cavalo a oportunidade de perceber que desejamos apenas chegar ali.

O passo seguinte sim, é chegar a este ponto com naturalidade e realizar o procedimento. Aqui escrevendo, parece um manejo demorado e custoso, mas não é... Verão logo os que tentarem, que este método é mais rápido e mais seguro, e que dá resultados.

Quero lembrar aqui também, que alguns medicamentos, principalmente em embalagens "spray", podem causar medo e, por consequência, reações por parte do cavalo. Algumas "jateadas" deste spray antes, para que o animal escute o barulho e se prepare para recebê-lo são úteis também!

Devemos levar em conta que o pensamento do cavalo é associativo. Ou seja, ele vai associar uma ação humana com o resultado desta. E a partir daí ele vai julgar se faz bem ou faz mal para ele. Isso é importante porque nós, enquanto humanos, enxergamos uma agulha como algo necessário para um tratamento, ao passo que os cavalos enxergam o mesmo objeto como causador de dor!

Outra coisa importante a se considerar é que quando COLOCAMOS uma pressão em um cavalo, estamos indicando, apenas, que queremos algo dele. O aprendizado ocorre justamente no momento em que TIRAMOS a pressão... Aí é que ele entende “Ahh, era isso que ele queria de mim...” Neste sentido, tem mais informações nesta postagem aqui.

Muitas vezes eu ouço que meus métodos demoram... Pode ser que demore mais no primeiro dia, sim! Mas no segundo dia vai demorar um pouco menos, e assim por diante até o dia em que não vai demorar... A repetição e a confiança fazem com que o trauma desapareça e, com isso, diminua o tempo de manejo ao longo dos dias.

Já outros métodos, mais rápidos nos primeiros dias, como colocar cachimbo e até sedar (por conta da agulha) levam o cavalo a mais traumas, mais desconfianças... e a um aumento no tempo de manejo ao longo dos dias... 

Os caminhos são inversos, entende? Eu prefiro dedicar um tempo a mais no início, para em poucos dias ter um animal mais confiante e que me permite qualquer manejo, do que de poupar tempo inicialmente e ter um animal cada vez mais desconfiado, perigoso e que despende de cada vez mais tempo para manejá-lo.

Porém, para finalizar, quero alertar sobre uma situação onde o bem-estar animal deve vir em segundo plano: São as EMERGÊNCIAS! Em casos assim, onde minutos podem fazer toda a diferença entre VIDA e MORTE, salvar o cavalo é o primeiro plano! Nestes casos, deve-se utilizar o método mais rápido de contenção disponível. 

Se tem que derrubar, derruba! Cuida a cabeça pra não bater com força no chão e derruba! Tem que sedar logo para uma cirurgia de cólica para salvar a vida do cavalo! Bote cachimbo, faça prega no pescoço, levante pata... Enfim, salve! Ou, pelo menos, faça tudo para isto. Depois sim, com o animal estável e a salvo, para um pós operatório mais tranquilo, com menos estresse, mais seguro e mais eficaz!

Dúvias? Dicas? Sugestões? Um abraço!


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

NOÇÕES BÁSICAS DE COMPORTAMENTO HUMANO NO MANEJO COM EQUINOS

Acredito que todos que trabalham e convivem com equinos já vivenciaram ou presenciaram uma situação onde o cavalo apresentou um comportamento ruim DO NADA! Este é um dos maiores erros de conceito na relação homem x cavalo...

O comportamento da espécie equina é, em situações normais (sem traumas), previsível. Cavalos são animais fugidores. E como tal, não é de sua natureza propor uma ação. Em vez disso, reagem a uma ação proposta pelo homem.

Quero dizer, com isso, que nenhuma reação do cavalo ocorre sem motivo. O que acontece, muitas vezes, é que propomos uma ação involuntariamente, por não entender o modo como os cavalos nos interpretam.

Oscar Scarpati defende que o cavalo é mestre no comportamento humano. De fato, os equinos dominam totalmente nossa linguagem corporal, sentem o cheiro do nosso medo e podem captar nossa energia.

Sendo assim, nossa postura frente a um cavalo será determinante para o sucesso do manejo que pretendemos. Precisamos agir como um membro hierarquicamente acima dele para que possamos liderar a situação.

Isso não significa usar violência, mas sim atitudes firmes e decididas, com confiança e respeito. Gestos tranquilos e calmos, porém constantes, demonstram confiança e ausência de medo da nossa parte. Isso ajuda o cavalo a confiar e não temer também.

Ao mesmo tempo, pense no que vai fazer. Pode parecer um tanto louco ou absurdo, mas pensar no que está fazendo ajuda na linguagem corporal involuntária. Ou seja, o fato de desempenharmos uma ação pensando que vamos desempenhá-la ajuda nosso corpo a passar uma série de sinais corporais que avisam os cavalos da intenção que temos.

Respire fundo! Respiração trancada é sinal de tensão. O ato de respirar relaxa o corpo e diminui a frequência cardíaca. O cavalo consegue ajustar estas frequências dele às nossas, ou seja, se o humano está tenso, o cavalo também ficará. 

Faça pausas estratégicas durante os trabalhos. Durante alguns segundos, tire toda a pressão do cavalo. Isso permitirá que o cavalo pense e firme melhor o aprendizado.

As melhores recompensas para o cavalo são a pausa no trabalho e o alívio da pressão. Isso significa, para ele, economia de energia, que é vital para sua sobrevivência (instinto).

O cavalo aprende por repetição. Mas cuidado, a rotina os estressa também! Mudar o exercício ou manejo quando o cavalo acertar é mais válido do que repetir à exaustão.

Grandes treinadores defendem que quando um cavalo desempenhar uma reação ou exercício de maneira satisfatória por 3 vezes, é sinal de que aprendeu e fixou o solicitado, e que a partir daí a repetição se torna maléfica. Há ainda, treinadores que falam que apenas 1 vez bem desempenhado, com entrega por parte do cavalo, é suficiente!

Jango Salgado defende que devemos permitir ao cavalo o direito de errar! Segundo ele, oportunizar o erro por parte do cavalo é a melhor forma de mostrarmos a ele o que desejamos que ele faça!

O manejo e treinamento de equinos é uma escalada. E como Jango diz, mais gostoso do que chegar ao topo, deve ser desfrutar cada centímetro conquistado na escalada. A arte de ensinar cavalos está no fato de pedir o que eles podem nos dar, e a partir disso, aumentar progressivamente a exigência.

Confiança e liderança se conquista, não se impõe com violência. Cada cavalo tem seu tempo para aprender e para confiar. Respeitar este tempo é o modo mais rápido, seguro e eficaz de manejar equinos. Vamos devagar, porque temos pressa!

Por este motivo que o manejo e treinamento de cavalo é avesso a formulas e receitas. Não existem métodos fixos e número de treinamentos e repetições que sirvam para todos os cavalos. Devemos pensar em equinos individualmente.

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço!

terça-feira, 18 de setembro de 2012

MANUAL DO 20... VAI DESFILAR? LEIA!

Com a aproximação da data máxima dos gaúchos, que traz consigo o desfile à cavalo pelas ruas de praticamente todas as cidades do Rio Grande do Sul, resolvi ressaltar aqui alguns pontos essenciais para evitar dores de cabeça antes, durante e após o desfile.

É necessário entender que esta é uma data comemorativa para os humanos e que o orgulho por desfilar é inteiramente do homem. Portanto, o cavalo não está ali por prazer, honra ou orgulho ao Rio Grande do Sul. 

O que eu quero dizer com isso é que nós, humanos, desfilamos por vontade própria. E que a razão que nos leva a estarmos ali, sob as condições de clima e tempo, por vezes nos impõem certos sacrifícios pessoais.

Ocorre que o cavalo está ali meramente para servir de transporte, trono e motivo de mais orgulho para nós homens. Portanto, é preciso levar em conta alguns fatores para evitarmos problemas de ordem clínica e comportamental que podem comprometer a saúde destes animais e, por consequência, o desfile do humano.

O primeiro ponto que merece atenção é quanto às ferraduras dos cavalos. É inadmissível se pensar em desfiles por asfalto e paralelepípedos sem esta proteção para o casco. Preferencialmente, ferre seu cavalo com alguns dias de antecedência. Isso evitará um animal desconfortável ou com dor no dia do desfile. Revise às ferraduras na véspera do evento, isso dará tempo de refazer o ferrageamento se houver problema.

O segundo ponto é com relação à alimentação. A última refeição antes do desfile deve ocorrer cerca de 1 a 2 horas antes de encilhar o cavalo. Isso dará tempo para a digestão e evitará problemas com cólica. 

É importante também ressaltar que cavalo se engorda durante o ano... aumentar a quantidade de concentrado do cavalo na semana farroupilha não adiantará para esta finalidade, e pode ainda contribuir para o aparecimento de patologias (tais como cólica e laminite).

O terceiro ponto é com relação ao condicionamento físico do seu cavalo. Como já abordei neste post, os animais precisam estar bem condicionados fisicamente, e isso não é sinônimo de gordura e falta de exercício. Se o equino não se exercita com frequência, deve-se ter cuidado para não exagerar nas distâncias, sob risco de problemas patológicos de sistema locomotor e até sistêmicos (rabdomiólise por esforço). 

O quarto ponto que vou abordar diz respeito às encilhas. O gaúcho deve atentar para o conforto dos aperos que pretende usar. Eles devem ser cômodos para ambos! Uma sela ou um basto bom evitam problemas de lombo e coluna e o buçal é essencial nestas situações, pois evita de puxarmos ou amarrarmos cavalos pela rédea e, consequentemente, pelo freio. Este último pode causar graves lesões na boca, com consequêcias de traumas e reações para sempre.

E por último, grandes aglomerados de pessoas e cavalos não são naturais para animais que vivem encocheirados. É natural o receio por parte deles e certo nível de estresse ocasionado pela situação nova. Nestes casos é muito mais válido acalmar o animal do que impor mais medo e mais estresse. Ninguém é mais gaúcho por usar de violência com um animal que está ali unicamente para servi-lo.

Após o desfile, um bom banho, começando sempre pelas patas e barriga, e depois alcançando o lombo, para retirar suor e sujidades vem muito bem, exceto em situações de muito frio, onde aconselhasse apenas secar o suor do lombo e usar uma capa.

Permita que o cavalo se role logo após desencilhar, bem como  o consumo de 5 a 10 litros de água ao término do desfile. Essas medidas contribuem para a hidratação e para o bem-estar do seu animal.

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço! 

domingo, 2 de setembro de 2012

A CONFIANÇA NO MANEJO COM CAVALOS!

Durante minha palestra na FURB, semana passada, me fizeram uma pergunta cuja resposta eu gostaria de compartilhar aqui. 

Me disse a aluna de medicina veterinária que fazia um estágio com um profissional que utilizava métodos de manejo gentil com seus pacientes, mas que tinham certa dificuldade na relação com machos inteiros e que, por conta disso, ela passou a ter receio sempre que tinha que lidar com estes cavalos.

Cavalos inteiros tem, por instinto, um comportamento natural mais desafiador. Estes animais tem uma necessidade maior de estabelecer uma hierarquia, por conta de que apenas o macho dominante desempenha a função reprodutiva.

A confiança - bem como a ausência de medo com relação aos demais cavalos - são comportamentos apresentados pelos indivíduos que exercem esta liderança. Logo, quando um humano apresenta falha em qualquer um destes dois aspectos, acaba por passar ao cavalo a mensagem de que não está apto à liderança daquela relação.

Portanto, a falta de confiança é tão prejudicial à relação com cavalos quanto o excesso dela, quando não se domina o manejo a ponto de calcular as possíveis reações que um equino pode apresentar em determinada situação.

Fica claro, com isso, a importância de conhecer os aspectos comportamentais que norteiam as reações destes indivíduos para um manejo que leva em conta o bem estar e a diminuição dos riscos de acidentes.

Neste vídeo que postei em julho, mostro o manejo de um macho inteiro que está no auge da vida reprodutiva. Nele é possível observar a confiança mútua na relação. Esta é obtida através da aplicação do manejo gentil, que impõe a liderança sem traumas nem violência.

Ressalto a importância do conhecimento pleno destas técnicas para desempenhá-las corretamente e sem riscos de acidentes. É essencial dominar o manejo para que se possa confiar. Quero alertar que, apesar de necessária, a confiança não pode ser confundida com imprudência!!! O cavalo dá sinais de que podemos confiar em suas reações, que somente quem tem conhecimento avançado a respeito do comportamento equino consegue captar. 

Em outras palavras, investir no conhecimento técnico de todos os temas tratados neste post são essenciais para o bom relacionamento e correto manejo com os cavalos, principalmente com animais inteiros!

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

VAMOS FAZER PIC-NIC?

Sabe-se, há muito, que o pensamento dos cavalos, assim como da maioria dos animais, é associativo. Essa informação, embora pareça simples, traz consigo uma série de consequências em nossas relações com esta espécie.

Ao manejarmos um cavalo, tudo se baseia em ação e reação. Todas as reações que o cavalo apresentar, sejam elas boas ou ruins, desejáveis ou indesejáveis, serão fruto da associação que o equino faz de uma ação nossa.

Sendo este um comportamento característico desta espécie, por que não utilizarmos a nosso favor? Ou ainda, por que não utilizarmos em favor de uma boa relação com os cavalos?

Em outras palavras, este modo de pensamento permite que possamos fazer um equino associar uma ação que desejamos que ele desempenhe a uma coisa boa.

Mas como fazer isso? A resposta é muito simples, embora empregá-la não seja assim tão fácil. 

Trata-se, apenas, de reforçar positivamente uma reação desejada e reforçar negativamente uma reação indesejada. Simples! E qual é o melhor reforço positivo? E o melhor reforço negativo?

Cavalos, em natureza, são caças. Sendo assim, dispendem muita energia para sair da pressão dos animais caçadores. Por isso, o melhor reforço positivo para um cavalo é aliviar completamente a pressão quando ele desempenhar a reação que queremos. Ele associará que sempre que desempenhar aquela reação, estará livre da pressão.

O inverso também é verdadeiro, o pior reforço negativo que podemos empregar a um cavalo é mantê-lo sobre a pressão! Isso será um grande incomodo para ele, e fará com que o equino mude a reação para tentar escapar da pressão.

Monty Roberts dá a isso o nome de PIC (positive immediate consequence) e NIC (negative immediate consequence). E aqui explico o motivo pelo qual afirmei que não é tão fácil empregar este conceito. Justamente porque, como o nome diz, precisa ocorrer IMEDIATAMENTE ao ato. Quase que simultaneamente, se possível!

A percepção sobre o melhor momento de colocarmos e retirarmos a pressão - bem como a intensidade da mesma - só se adquire com a experiência! Não há receita, infelizmente. Cada cavalo é um indivíduo único, que reage de maneira singular a determinada pressão. 

O que é comum entre eles é que todos, sem exceção, entendem esta linguagem. Isso é genético, resultado da seleção natural, está intrínseco em cada ser desta espécie. Cabe a nós, nos adaptarmos e adequarmos o método a cada cavalo, respeitando seu tempo e seu limite!

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço!

terça-feira, 14 de agosto de 2012

PALESTRA - IV Semana Acadêmica de Medicina Veterinária FURB (Blumenau)

Compartilho com todos o folder da IV Semana Acadêmica de Medicina Veterinária da FURB (Blumenau), na qual participarei como palestrante. 


Espero a todos, na quinta-feira, dia 30 de agosto, às 14:00 horas!

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço!

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

COMO TRATAR O COMPORTAMENTO ABERRANTE?

No post anterior, mostrei um vídeo que demonstra um surto de comportamento estereotipado, explicando como e porque ocorre. Mas uma vez que o cavalo apresenta este distúrbio, o que fazer? Há tratamento?

A maioria dos cavalos que iniciam com estas estereotipias não para de fazê-las, mesmo com a correção dos problemas que levaram ao aparecimento. Porém, é possível diminuir drasticamente a incidência dos surtos e atenuar seus efeitos colaterais.

O mais importante a se fazer é eliminar as causas que levaram ao surgimento do comportamento estereotipado. Para isso, duas coisas são fundamentais:

1. Aumentar a quantidade de tempo que o cavalo passa fora da baia. O cavalo precisa caminhar. Isso faz com que diminua o tédio, melhora a circulação sanguínea e estimula o peristaltismo.

2. Aumentar o número de refeições diárias, aumentando a oferta de verde e distribuindo a quantidade diária de concentrado em porções menores e mais frequentes. A espécie equina tem o trato gastrointestinal adaptado para passar 60% do tempo diário se alimentando. A alimentação com concentrado reduz este tempo a 10%. 

Estas ações aproximam o arraçoamento artificial à alimentação natural dos cavalos. Isso reduz o tempo ocioso dentro da baia também.

Existem ainda alguns produtos que podem ser usados como distração para os cavalos, no período em que necessariamente estarão dentro da cocheira. Normalmente são suplementos alimentares, com sabor palatável, que atraem a atenção dos cavalos durante o confinamento.

Estes produtos, sozinhos, não são suficientes para a solução das estereotipias. Porém, são ótimas alternativas que, agregadas às mudanças de manejo acima citadas, apresentam uma eficácia muito importante.

Segue abaixo o vídeo de um exemplo destes produtos e de como poder ser utilizados.


Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço!

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

EXEMPLO DE ESTEREOTIPIA!


Vejam este vídeo: 

Este é um comportamento estereotipado clássico! Nota-se claramente o momento do surto, onde o nível de estresse chega ao máximo e a reação é o movimento repetitivo, aberrante e sem função aparente. 


Tal movimento provoca, no cavalo que apresenta o comportamento estereotipado, uma liberação muito grande de endorfinas, que atuam diminuindo o nível de estresse e, de certa forma, provocando um bem-estar momentâneo no animal.

Passado o surto e, consequentemente, a liberação de endorfinas, o cavalo cessa com os movimentos estereotipados até que o nível de estresse, causado pelo tédio principalmente, atinja os níveis máximos outra vez.

Ocorre que este fenômeno é crônico e progressivo! Quanto maior a frequência de surtos, mais endorfinas são necessárias para compensá-los e, por consequência, maior o tempo do surto.

Neste post mais antigo, esclareço sobre os fatores predisponentes do Comportamento Estereotipado.

A questão é que, embora o mecanismo compense de certa forma o estresse, ele esgota fisicamente o cavalo. Além disso, patologias e lesões secundárias por conta das batidas e da dor que elas provocam também são comuns.

Imagine agora um cavalo de esporte que compete em alto nível, seja qual for a prova e independente da raça. Existe alguma possibilidade de um animal assim conseguir desempenhar seu potencial máximo? NÃO!

Mas o que podemos fazer para amenizar esse desgaste, evitar lesões e tratar este tipo de comportamento patológico? Este é o assunto do próximo post!!!

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço!

quinta-feira, 19 de julho de 2012

LOGO COMPORTAMENTO EQUINO


Projeto Gráfico: Visual Agência | Comunicação e Design
Coordenação: Eduardo Rocha
Arte: Arthur Kolbetz


quarta-feira, 11 de julho de 2012

VÍDEO DO MANEJO DE UM CAVALO CRIOULO


Este vídeo demonstra o trabalho realizado com um cavalo da raça crioula, macho, inteiro, com 9 anos de idade.

Este cavalo apresentava comportamento agressivo e desempenho baixo na credenciadora de Caxias do Sul por penalizações diversas, devido ao excesso de reações que obteve.

O trabalho consistiu em obter liderança através da confiança e do respeito e, a partir dela, retirar a agressividade e as reações ruins.

A técnica utilizada é própria, resultado dos diversos cursos em Doma Baqueana, Join Up, Natural Horsemanship e Doma Racional.

O vídeo foi gravado ao final do 5º dia de trabalho.

Detalhes importantes a serem observados:
- A calma e a tranquilidade dos movimentos.
- A objetividade de cada movimento.
- A liderança atingida no momento em que o cavalo segue por opção.
- A não utilização de violência.
- A utilização de poucas cordas e objetos durante o manejo inicial.
- A tranquilidade do animal durante todo o manejo, inclusive com bocejos enquanto montado.
- A partir deste momento, pode-se ensinar com calma os movimentos corretos desejados.
- Em um segundo momento, se aumenta a intensidade e velocidade dos movimentos.
- A técnica prima por melhor desempenho e redução de estresse, com diminuição de riscos para o animal e treinador.

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

BEM-ESTAR EM EQUINOS: UTOPIA OU REALIDADE?


Muito se fala atualmente em bem-estar na criação e manejo das mais diversas espécies animais. Com o  cavalo não é diferente. Mas qual é o significado de bem-estar? Será que estamos empregando este conceito da maneira correta? E os benefícios, são palpáveis e mensuráveis?

Bem-estar, no meu ponto de vista, é um conjunto de estados de saúde física, mental e natural, que devem ser avaliados sempre combinados. Em outras palavras, o bem-estar compreende a satisfação das necessidades fisiológicas básicas, juntamente com as necessidades comportamentais para a manutenção da vida em determinada espécie.

Mas como medir, quantificar e qualificar o bem-estar? O Conselho do Bem-Estar de Animais de Produção do Reino Unido (Farm Animal Welfare Council – FAWC) criou um método para esta finalidade, baseado em 5 liberdades. Segundo a FAWC, o animal tem de estar livre de: FOME/SEDE, DESCONFORTOS, DOR/DOENÇA/FERIMENTOS, MEDOS/ANGUSTIAS e livre para EXPRESSAR COMPORTAMENTO NATURAL da espécie.

Então quer dizer que um animal criado em confinamento não terá um nível satisfatório de bem-estar? Na minha concepção essa posição é excessivamente radical. Defendo que é possível sim criar animais em sistemas de confinamento, e que simples medidas podem dar mais conforto e bem-estar aos animais submetidos a este tipo de criação.

Ordenar a disposição dos cavalos nas baias vizinhas pela hierarquia deles em vez de fazê-lo pela importância econômica, adequar a disponibilidade de água e aumentar a quantidade de refeições diárias, diminuindo a quantidade de concentrado e aumentar a de volumoso por refeição e permitir o contato visual, olfativo e de tato entre os animais são medidas que podem reduzir a incidência de patologias e estresse, contribuindo assim para o bem-estar.

Quando nos dispomos a criar cavalos, devemos ter a ideia clara de que é uma espécie que necessita espaço para movimentação. E que esta é essencial para o bom funcionamento do trato digestivo e da circulação dos equinos. A restrição ao exercício estressa os cavalos, diminui o peristaltismo e desencadeia patologias comportamentais.

Existe aqui um conflito causado por um fator muito relevante da criação: a busca pela PRODUTIVIDADE. Em geral, os fatores que geram produtividade não levam em conta o bem-estar. São baseados apenas em redução de custos e aumento de lucros.

Ocorre que, falando em equinos, essa conta muda um pouco. A reprodução está ligada ao estresse e à saúde física. Mas onde mais se nota essa relação é com relação ao cavalo de esporte, onde o bem-estar está intimamente ligado ao DESEMPENHO em pista. Estresse, distúrbios de comportamento e saúde física são decisivos no sucesso dos cavalos de competição.

Seguindo este pensamento, se pode concluir que os benefícios do bem-estar podem ser mensuráveis com base na avaliação do desempenho em pista desses animais, uma vez que a plenitude funcional somente será atingida com um manejo baseado no bem-estar. Alem disso, o bem-estar está impresso também na questão comportamental deste indivíduo, o qual é avaliado (e penalizado em caso de mau comportamento e reações) nas mais diversas provas que avaliam função, independente da raça.

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço!

domingo, 17 de junho de 2012

O CAVALO CONSEGUE DIFERENCIAR UMA PESSOA DE OUTRA?

"O cavalo consegue diferenciar uma pessoa de outra?" Um colega de medicina veterinária me fez esta pergunta durante uma aula, semana passada, e eu quero dividir aqui a resposta.

A resposta é sim! Explico abaixo como isso acontece:

Em vida livre, é possível observar que uma grande manada se divide em pequenos grupos. Esse fato demonstra que os cavalos se relacionam por afinidade, e tais relações podem, inclusive, afetar a posição hierárquica destes indivíduos.

Conforme já descrevi em postagens anteriores, os cavalos são capazes de desenvolver ALIANÇA SUBSTITUTA, que consiste em se relacionar com indivíduos de outras espécies, incluindo os humanos, quando convivem com estes.

Os equinos se identificam através do olfato e da visão, basicamente, e dispõem de uma memória muito boa. Portanto, baseado no cheiro de uma pessoa (que é individual), da aparência física desta, e também das experiências que este cavalo teve com esta pessoa, o cavalo consegue sim identificar e diferenciar um humano, bem como qualquer outro animal, de qualquer espécie, que ele venha a se relacionar.

Mas por que isso pode ser importante?

Tratadores, treinadores, médicos veterinários e ferradores desenvolvem relações com os cavalos, por conta do trabalho periódico ou diário com estes. 

Se por um lado o desenvolvimento de uma boa relação com estes animais facilita o manejo e diminui os riscos de acidentes, por outro a identificação de reações ruins exacerbadas e frequentes pode ajudar a identificar problemas entre determinado indivíduo e os animais.

Para tanto, é preciso conhecer a personalidade dos cavalos e das pessoas que praticam o manejo. Equinos não falam, porém se comunicam com muita clareza. É preciso estar atento aos sinais que eles transmitem, e conhecer e acompanhar frequentemente o manejo para a identificação de problemas. Essa prática contribui para o bem-estar e pode auxiliar na prevenção de acidentes de trabalho.

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço. 

quinta-feira, 24 de maio de 2012

...UM CAVALO QUE É DOMADO NA DOMA RACIONAL, CONFIA NA PESSOA QUE O DOMOU OU NOS HUMANOS?

Ontem a Michelly Santos, de Farroupilha, me fez um questionamento interessante, que me levou a pensar um tanto antes de dormir, e que gostaria de compartilhar aqui. Me perguntou ela: "...Um cavalo que é domado na doma racional, confia na pessoa que o domou ou nos humanos?"

Essa pergunta vem de um mito que ainda existe sobre a doma racional - de que o cavalo vai confiar e obedecer apenas à pessoa que o domou, e não vai ter a mesma mansidão com outras pessoas e outros ginetes - e, por isso, é preciso muita responsabilidade para tal resposta.

Bom, para iniciarmos a falar sobre métodos de doma, precisamos primeiramente definir o que é DOMA! Na minha concepção, domar cavalos é desenvolver uma relação entre homem e cavalo, onde a liderança seja exercida pelo HOMEM. A doma não amansa um cavalo, justamente porque o cavalo não é um animal feroz, bravo nem agressivo (salvo por defesa em situações de muito risco).

Partindo deste princípio, a doma deve buscar a confiança e cooperação mútuas, para o desenvolvimento conjunto das mais diversas atividades (trabalho, esporte, lazer). O que muda nas diferentes técnicas de doma são os recursos dos quais se utiliza para chegar se chegar ao resultado final: um animal domado.

Existem, basicamente, dois métodos para se obter a liderança: O MEDO e A CONFIANÇA. Deles, deviram-se todas as técnicas de doma, tanto as ditas tradicionais quanto às racionais. Nas tradicionais, o animal se sujeita por medo da reação do líder. Já nas racionais, o animal se sujeita porque te enxerga como líder e confia que não há necessidade de ter medo do líder.

O cavalo tem a necessidade de confiar nos seres (de todas as espécies) que os rodeiam. É da natureza dele essa característica. O que vai interferir na confiança dele é o risco que ele sente frente à uma situação, que será avaliado por ele com base nas experiências similares já vividas.

Na minha visão, é mais inteligente utilizar um fator genético a nosso favor do que jogar contra ele. E por este motivo que eu vejo a doma racional como mais segura e mais efetiva. Ou seja, estas técnicas reduzem o risco de acidentes para o cavalo e domador, são mais rápidas e geram menos traumas futuros. Porém, necessitam uma mão-de-obra especializada!

Existem bons e ótimos domadores em qualquer técnica de doma. Porém, o inverso é verdadeiro também: existem muitos maus domadores em todos os tipos de doma existentes. O mesmo ocorre com ginetes, ferradores, veterinários e tratadores.

Finalmente, com base nestes aspectos todos é que responderei a tua pergunta: Um cavalo que é domado na doma racional vai confiar nos humanos que tenham os recursos necessários para o manejo e que não usem do MEDO para exercer a liderança. E seguindo o raciocínio, este mesmo animal pode (e vai) reagir negativamente com indivíduos que demonstrem não ser confiáveis.

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

PERSPECTIVAS COM RELAÇÃO AO COMPORTAMENTO DE ANIMAIS DE ALTA PERFORMANCE...

A qualidade genética dos animais que vem disputando competições como o freio de ouro e rédeas é responsável pela alta competitividade destas provas. As médias das notas se elevam a cada ano e cada vez mais os cavalos se aproximam tecnicamente dos movimentos desejados em tais provas.

Neste contexto, a PENALIZAÇÃO PELOS ERROS tem maior relevância em relação a valorização dos acertos na avaliação do desempenho dos cavalos de alto nível hoje em dia. Quando falo em ERROS, me refiro a tudo que é INDESEJADO no desempenho do cavalo.

Sendo assim, torna-se evidente a necessidade de se considerar o COMPORTAMENTO EQUINO na seleção dos animais, uma vez que cada vez mais as penalizações por indocilidade e reações farão a diferença nas notas destes cavalos!

Como já expliquei neste post antigo, o Comportamento Equino é baseado em 3 fatores: Genético, Aprendizado e Personalidade. Destes, podemos ter influência direta em 2: A Genética e o Aprendizado. 

Geneticamente, podemos selecionar linhagens com maior docilidade e habilidade de aprendizado. Estas características são - e serão cada vez mais - importantes para a obtenção de produtos de ponta.

O estudo do comportamento da espécie equina e o conhecimento dos aspectos comportamentais característicos da raça despontam como importante ferramenta a ser utilizada tanto no planejamento de cruzamentos quanto no acompanhamento do desempenho do produto nas diversas competições onde será provado.

O manejo técnico desses cavalos, incluindo aspectos sanitários e de doma e treinamento, tem um papel fundamental no desempenho final do produto, uma vez que afeta diariamente o fator aprendizado dos equinos.

Como se observa, a utilização do conhecimento a respeito do  comportamento equino transcende o âmbito do produto como indivíduo e ganha força e relevância num cenário bem maior: Na seleção e melhoramento genético dos plantéis equinos!

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço!

sábado, 14 de abril de 2012

A CÓLICA E O COMPORTAMENTO...

Resolvi abordar este assunto aqui no blog por um motivo simples: Apesar de ser uma patologia, a cólica tem uma etiologia complexa que envolve também aspectos comportamentais da espécie.

Cólica significa DOR ABDOMINAL. A patologia a qual nos referimos ao usar esta palavra se chama Síndrome do Abdomen Agudo, que causa, entre diversos outros sintomas, dor abdominal.

Esta patologia tem distintas apresentações: espasmódica, por enterólito, timpânica, encarcerada, etc. Por consequência, apresenta diferentes graus de gravidade, bem como diferentes condutas clínicas e cirúrgicas. 

Não existe uma única causa que leve ao aparecimento desta patologia. O que existem são diversos fatores que predispõem à doença, e que geralmente somados resultam na síndrome do abdomen agudo.

São fatores predisponentes importantes a alimentação, o exercício e a restrição de espaço. E é essencial que se compreenda que nestes três fatores o homem é diretamente responsável. O manejo ao qual em geral submetemos nossos equinos atualmente interfere no comportamento natural desta espécie. 

O confinamento restringe o exercício e o espaço do cavalo. Equinos precisam caminhar! O exercício estimula o peristaltismo (movimentos intestinais), o que facilita o bom fluxo gastrointestinal. Além disso, o confinamento excessivo gera comportamentos atípicos, conforme vimos neste outro post. E alguns destes distúrbios também são conhecidos predisponentes de cólica.

O alimento concentrado diminui em dez vezes aproximadamente o tempo de alimentação do cavalo, além de diminuir a quantidade de volumoso (verde) que este animal ingere. O sistema gastrointestinal desta espécie é naturalmente desenvolvido para comer pasto por aproximadamente 14 horas e meia por dia (60% do tempo). O que fazemos no sistema de confinamento é alimentar com grande quantidade de concentrado (ração) em períodos curtos de tempo (3 ou 4 vezes ao dia geralmente).

Todos estes fatores ocorrem pela ação humana. São exógenos ao comportamento natural da espécie. E esta, por sua vez, ainda não se adaptou totalmente a essa realidade que estamos impondo a eles. E todos estes fatores que em geral ocorrem simultaneamente é que predispõem ao número cada vez mais elevado de aparecimento dessa patologia.

Acredito que os fatores que levam à Sindrome do Abdomen Agudo já são conhecidos. Precisamos mudar o foco da discussão. É necessário que se estude métodos alternativos (e economicamente viáveis) de criação que levem mais em conta o comportamento natural da espécie que estamos criando. Somente com mudanças no manejo utilizado poderemos prevenir esta patologia.

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço!

quinta-feira, 15 de março de 2012

O CAVALO E A PERSONALIDADE...

Diferentemente dos aspectos comportamentais relativos a idade e sexo dos equinos - que são expressados de maneira semelhante pela grande maioria dos equinos - a personalidade é um fator relevante e individual, que independe diretamente de raça, sexo e idade do animal.

Antes de aprofundar um pouco neste tema, é preciso que se faça uma diferenciação aqui: personalidade, experiência de vida e instinto são fatores diferentes! Explico: instinto é o modo de agir e reagir, comum a todos os cavalos, resultado da seleção natural. Experiência de vida é individual. Porém, está relacionada com as reações apresentadas com base nos fatos vividos. Aqui está a origem dos traumas...

Personalidade, no meu ponto de vista, é o modo como o animal reage frente a situações e experiências novas. Quando existe algum fator novo, que exige uma resposta imediata por parte do cavalo, aí estará impressa a personalidade deste indivíduo!

Esta característica é visível já nos primeiros momentos de vida, e estará presente durante toda a vida do animal. Não se muda a personalidade, apenas se adapta as reações em função da experiência vivida.

Acredito que qualquer pessoa minimamente ligada aos cavalos é capaz de visualizar diferentes personalidades com a simples observação destes indivíduos. Indivíduos mais dominantes, mais curiosos e mais medrosos são de fácil percepção. Mas existem também fatores da personalidade que são mais finos, mais sutis, e que necessitam um olho mais clínico e conhecedor para a observação.

Tanto na doma como no treinamento e no manejo dos cavalos, a observação e detecção destas personalidades pode ser um fator facilitador do trabalho e melhorador de desempenho. Entendo que a dosagem de aprendizado, bem como a intensidade do mesmo - e principalmente o modo de exigir determinadas reações - deve ser adaptada a cava indivíduo, e aplicada segundo sua capacidade de aprendizado, levando em conta quão voluntarioso é o animal e qual a tolerância deste para com os exercícios de repetição.

Usar a personalidade do cavalo em nosso favor é, alem de uma atitude inteligente, demonstração de respeito para com este animal. E só traz benefícios para todos os envolvidos.

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

ASPECTOS RELEVANTES DO COMPORTAMENTO EQUINO: IDADE.

Neste post vou abordar outro fator relevante para a compreensão do comportamento equino: a idade. Cada faixa etária dos cavalos apresenta características comportamentais próprias. Para melhor compreensão destas, divido os equinos em: potrilhos, potros, fêmeas adultas e machos adultos.

A primeira classe, os chamados potrilhos, compreende os animais recém-nascidos até os primeiros meses de vida. Esta é a fase onde ocorre cerca de 70% do aprendizado do equinos, e uma característica marcante desta etapa é a curiosidade.

Neste período, o tempo é investido no conhecimento do mundo ao redor. A curiosidade dos cavalos nessa idade é importante para que aprendam intrinsecamente sobre os perigos do mundo que os rodeia, sempre amparados pela segurança que a proximidade da mãe proporciona. 

Também se ocupam com brincadeiras entre indivíduos desta idade, que servem tanto para aprendizado como para posicionamento na hierarquia. As mamadas neste período são mais rápidas, porém ocorrem com maior frequência. Potrilhos já mordiscam o pasto, porém sem ingeri-lo. Acredito que o façam copiando o comportamento da mãe (é o aprendizado).

A seguinte fase, onde chamo de potros, se estende a partir dos primeiros meses de vida até os 2 ou 3 anos de idade, onde ocorre a maturidade sexual e anatômica dos equinos. Nesta etapa, se acentuam as disputas hierarquicas, ocorre o desmame e o início da alimentação herbívora. 

No final desta fase, os potros machos são expulsos da manada pelo garanhão e formam grupos de solteiros. São membros destes grupos que desafiam os garanhões de outras manadas. Este comportamento é essencial para evitar a consanguinidade na manada. 

As fêmeas adultas pertencem a uma manada convencional, onde existe uma égua alfa (que geralmente é a égua mais velha e mais experiente) e um garanhão (responsável pela reprodução). Essas éguas se relacionam por afinidade em pequenos grupos dentro da manada. 

A hierarquia é importante porque as éguas de posição mais baixa ajudam a cuidar dos potrilhos das éguas de melhor posição. Isso significa que quanto mais bem posicionada na hierarquia a égua estiver, melhor cuidado será seu potrilho, tendo assim, mais chances de sobrevivência. A égua alfa é responsável pelos rumos da manada, bem como em estabelecer a ordem. 

Os machos adultos geralmente estabelecem manadas de machos solteiros. São expulsos da manada das mães logo que completam a maturidade sexual. Essas manadas são responsáveis pela troca frequente dos garanhões das manadas de éguas. Um garanhão fica na manada em media o tempo necessário para que suas primeiras descendentes iniciem o ciclo reprodutivo. 

Mas como podemos utilizar essas características a nosso favor no manejo destes animais?

Podemos, por exemplo, usar da curiosidade dos potros e potrilhos para uma aproximação mais natural. Experimente sentar em meio aos potros e ficar parado. Em 5 minutos terás os animais ao teu redor. Então para que correr atrás e forçar tal aproximação?

Para éguas adultas, devemos apresentar o comportamento de égua alfa, tomando as rédeas da "manada"! Uma égua confiará e será leal a sua égua alfa, desta maneira teremos as fêmeas mais calmas e mais receptivas ao contato.

Com machos inteiros o contato deve ser sempre atento, pois é um comportamento natural destes animais o enfrentamento para dominância. O medo e a falta de confiança não são comportamentos dos líderes. Sendo assim, o segredo está em passar confiança, solicitar respeito e não demonstrar medo e insegurança!

Ao levarmos em conta essas características naturais do comportamento equino no manejo dos animais, conseguimos otimizar o tempo de manejo, com melhor qualidade da relação para homem e animal e, principalmente, com redução de riscos para ambos as partes.

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

ASPECTOS RELEVANTES DO COMPORTAMENTO EQUINO: SEXO.

Em natureza, machos e fêmeas desempenham papéis distintos na espécie equina. Portanto, apresentam características físicas, fisiológicas, anatômicas, funcionais e comportamentais distintas. A compreensão destas particularidades contribui para o sucesso do manejo com estes animais, além de ser importante ferramenta na prevenção de acidentes de trabalho com estes animais. 

Para facilitar o entendimento, separo os animais, segundo o sexo, em três classes: Machos inteiros, machos castrados e fêmeas.

Machos inteiros tem como principais funções a reprodução e a proteção do seu harém. Esta classe de equinos apresenta grande necessidade de estabelecimento de hierarquia. Sempre que se permitir o contato entre garanhões, ocorrerá uma disputa para melhor posição hierárquica, pois é este o indivíduo que terá a prioridade de reprodução. 

Em natureza, os machos permanecem na manada até atingirem a maturidade sexual, quando são expulsos pelo macho dominante e formam grupos de machos solteiros. Os indivíduos destes grupos constantemente conflitam com garanhões de manada tentando tomar seu lugar. É este fator que permite a troca de genética do reprodutor da manada, de tempos em tempos, impossibilitando a consanguinidade.

É importante a atenção máxima no manejo destes animais inteiros, pois este comportamento é instintivo e independe do grau de docilidade e mansidão que apresentam. São por natureza mais agitados e mais nervosos (em geral) e este quadro se acentua na presença de fêmeas e demais machos inteiros. 

Machos castrados perdem esta atitude instintiva de dominância porque não apresentam testosterona circulante. A testosterona é o hormônio responsável, entre outras coisas, pelas características sexuais do macho. Ela é produzida pelos testículos. Portanto, a castração do macho cessa a produção do hormônio, impedindo tais comportamentos pelo indivíduo.

Sem este estímulo endócrino, o cavalo castrado (em geral) é dócil e tranquilo, e tem maior tendência a deposição de gordura no organismo. O manejo normalmente é mais fácil e normalmente não sofre interferência com a proximidade de outros indivíduos desta espécie.

Na natureza não é comum esta classe de animais, visto que a castração é resultado da domesticação e manejo dos animais pelo homem. Uma classe que se assemelha a esta, em vida livre, é a dos cavalos que perdem a capacidade reprodutiva por baixa concentração hormonal (testosterona), seja por disfunção endócrina, trauma ou idade.

As fêmeas tem como papeis principais a prenhez e a liderança da manada. É a fêmea alfa, normalmente a mais velha/experiente, quem dita os rumos da manada rumo ao pasto e água.

Existe uma hierarquia entre as fêmeas na manada, onde no topo está a fêmea alfa e na sequencia as éguas com instinto mais dominante e que melhor se relacionam com a égua alfa.

No manejo das éguas esta característica deve ser levada em conta. Animais muito dominantes ou muito submissos podem ter seu nível de estresse muito elevados em contato com animais incompatíveis, o que piora seu bem-estar e se reflete negativamente nos resultados obtidos com estes animais.

Uma única égua com excessiva dominância pode alterar o comportamento reprodutivo de um lote inteiro de éguas manejadas em confinamento.

As características comportamentais de cada classe sexual da espécie equina apresenta diferentes necessidades na hora do manejo. Somado a isso, cada animal apresenta uma variação individual de personalidade dentro de cada grupo desses. Infelizmente, não há uma receita pronta para a percepção desse contexto, isso será resultado da experiência no manejo dessa espécie.

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

COMPORTAMENTO ESTEREOTIPADO

Quem convive frequentemente com cavalos certamente já observou alguns comportamentos aberrantes desta espécie, especialmente quando submetidos a sistemas de confinamento como estábulos.

Animais que "dançam" ou caminham sem parar na baia e até mesmo no pendurico, cavalos que passam grande parte do tempo mordendo e roendo as partes de madeira da cocheira (e cochos), equinos que praticam coprofagia (comem suas fezes) e animais que desenvolvem aerofagia (engolem ar) são os exemplos mais comuns de uma classe de distúrbios denominada Comportamento Estereotipado.

Definidos por McDonnel (1999) como movimentos repetitivos, estilizados, aparentemente sem função, realizados por animais de vida livre que são domesticados (leia-se estabulados), tais comportamentos tem como causa principal o estresse gerado pelo tédio de horas e horas de cocheira com tempo ocioso. Até aí nenhuma novidade, nada de diferente do que foi dito neste outro post . O que difere esta classe de distúrbios de comportamento é o fato de que são incuráveis, ou seja, uma vez que o cavalo adquire tais hábitos, eles não desaparecem mesmo com a readequação do manejo!

E por que são incuráveis? Porque são uma adaptação fisiológica do indivíduo frente a uma nova situação de ambiente restrito e tempo ocioso. O organismo do cavalo se adapta à esta situação que lhe é imposta para poder adequar o estresse a níveis suportáveis pelo animal. Em outras palavras, equinos com comportamento estereotipado tem níveis de estresse mais próximos aos normais em relação a cavalos que não desenvolvem tal distúrbio e que são submetidos à mesma situação de confinamento.

Mas então estes distúrbios são bons para o cavalo? Não! São adaptações que apresentam efeitos colaterais de diferentes graus, que podem ser extremamente danosos aos animais. Além disso, o desempenho destes animais SEMPRE será inferior ao seu potencial sem o distúrbio.

Animais que mordem madeira o dia inteiro tendem a ter um maior desgaste dentário, o que diminuirá fatalmente sua vida útil. Cavalos que não param de caminhar ou dançar estão sempre em atividade, não descansam. Isso faz com que já entrem desgastados em provas, trabalhos e para um passeio. A aerofagia é tida como um dos fatores predisponentes da Síndrome do Abdômen Agudo, conhecida por CÓLICA!

Mas então... o que fazer? Se não apresentar ainda o comportamento estereotipado, devemos atentar para a prevenção. Reduzir o tédio, aumentar a ocupação, proporcionar a distração ao animal. Se já apresentar algum destes distúrbios, com a readequação do manejo e a utilização de algumas técnicas específicas é possível melhorar a qualidade de vida do animal e reduzir tal comportamento, ainda que a cura total não seja possível.

Devemos lembrar que a criação desta espécie exige alguns cuidados especiais como espaço e instalações adequadas, juntamente com um manejo correto e que leva em conta o bem-estar animal.

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço!




Bibliografia: MCDONNEL, S. Understanding Horse Behavior: Your Guide to Horse Health Care and Management. Lexington: The Blood Horse, 1999.