sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

POR QUE COMPORTAMENTO EQUINO?

Muitas pessoas costumam me perguntar sobre os motivos que me levaram a estudar sobre comportamento equino... e o porquê de utilizar este termo para denominar meu trabalho, na contramão de tantas outras técnicas que utilizam o termo DOMA no nome.

Pois bem, explico:

Na minha concepção, o comportamento é a base para a compreensão de uma espécie. Todos os aspectos reprodutivos, fisiológicos, anatômicos e instintivos se refletem na forma como os animais de uma determinada espécie se comportam!

Conhecendo e analisando comportamentos típicos da espécie equina, tenho a condição de visualizar e mensurar os comportamentos atípicos, aberrantes e anormais de indivíduos e, a partir disso, estabelecer um modo de corrigi-los.

Alem disso, a análise do comportamento dos cavalos me permite antecipar algumas reações ruins, no sentido de proteção individual, tanto minha quanto do animal com o qual estou trabalhando.

E por último, usar a linguagem corporal, juntamente com comportamentos que são claros e conhecidos pelo cavalo, ajudam na compreensão do que estamos solicitando a eles. Em outras palavras, tento agir como um cavalo agiria ao interagir com outro animal.

Vejamos um exemplo prático:

Um cavalo que empina e foge quando consegue sair da pressão, provavelmente apresenta um medo muito grande da ação que propomos a ele quando colocamos a pressão... E empina para sair desta pressão, uma vez livre dela, ele se afastará... Esta é uma reação comum quando existe medo excessivo...

Porém existem cavalos que disputam dominância (geralmente machos inteiros) com empinadas seguidas de manotaços. Nestes casos, a mesma empinada ganha um sentido diferente do anterior.

E há, também, animais que empinam de forma agressiva quando manuseados, pela ausência total de medo do ser humano, por não aceitar o que solicitamos como ação. Neste caso, é uma reação agressiva! Um exemplo dessa reação pode se observar neste vídeo.

O tratamento destes dois tipos de traumas, excesso de medo e ausência de medo, são diferentes, embora o comportamento apresentado possa ser o mesmo! No primeiro, estabelecer a confiança será o passo mais importante. No segundo, estabelecer limites e hierarquia se tornam mais relevantes inicialmente.

O que eu quero mostrar com isso é que os cavalos tem um comportamento natural, baseado em todos os aspectos já citados da sua espécie. E que, a partir do conhecimento do que é normal, em termos de comportamento, é possível visualizar o anormal e suas causas.

Para finalizar, cavalos não são animais bravos e violentos por natureza... Sendo assim, o que faço com potros sem traumas é uma iniciação deles ao homem e à finalidade para a qual desejamos este animal. Domar é sinônimo de amansar. E não é isso que eu faço... 

Ter um animal manso é o resultado final do trabalho. Mas não é o foco principal do trabalho. Meu foco é iniciar bem, tirar traumas, estabelecer uma relação saudável e justa entre homem e cavalo. É tornar o mundo um lugar um pouco melhor para eles...

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço!