terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

ASPECTOS RELEVANTES DO COMPORTAMENTO EQUINO: SEXO.

Em natureza, machos e fêmeas desempenham papéis distintos na espécie equina. Portanto, apresentam características físicas, fisiológicas, anatômicas, funcionais e comportamentais distintas. A compreensão destas particularidades contribui para o sucesso do manejo com estes animais, além de ser importante ferramenta na prevenção de acidentes de trabalho com estes animais. 

Para facilitar o entendimento, separo os animais, segundo o sexo, em três classes: Machos inteiros, machos castrados e fêmeas.

Machos inteiros tem como principais funções a reprodução e a proteção do seu harém. Esta classe de equinos apresenta grande necessidade de estabelecimento de hierarquia. Sempre que se permitir o contato entre garanhões, ocorrerá uma disputa para melhor posição hierárquica, pois é este o indivíduo que terá a prioridade de reprodução. 

Em natureza, os machos permanecem na manada até atingirem a maturidade sexual, quando são expulsos pelo macho dominante e formam grupos de machos solteiros. Os indivíduos destes grupos constantemente conflitam com garanhões de manada tentando tomar seu lugar. É este fator que permite a troca de genética do reprodutor da manada, de tempos em tempos, impossibilitando a consanguinidade.

É importante a atenção máxima no manejo destes animais inteiros, pois este comportamento é instintivo e independe do grau de docilidade e mansidão que apresentam. São por natureza mais agitados e mais nervosos (em geral) e este quadro se acentua na presença de fêmeas e demais machos inteiros. 

Machos castrados perdem esta atitude instintiva de dominância porque não apresentam testosterona circulante. A testosterona é o hormônio responsável, entre outras coisas, pelas características sexuais do macho. Ela é produzida pelos testículos. Portanto, a castração do macho cessa a produção do hormônio, impedindo tais comportamentos pelo indivíduo.

Sem este estímulo endócrino, o cavalo castrado (em geral) é dócil e tranquilo, e tem maior tendência a deposição de gordura no organismo. O manejo normalmente é mais fácil e normalmente não sofre interferência com a proximidade de outros indivíduos desta espécie.

Na natureza não é comum esta classe de animais, visto que a castração é resultado da domesticação e manejo dos animais pelo homem. Uma classe que se assemelha a esta, em vida livre, é a dos cavalos que perdem a capacidade reprodutiva por baixa concentração hormonal (testosterona), seja por disfunção endócrina, trauma ou idade.

As fêmeas tem como papeis principais a prenhez e a liderança da manada. É a fêmea alfa, normalmente a mais velha/experiente, quem dita os rumos da manada rumo ao pasto e água.

Existe uma hierarquia entre as fêmeas na manada, onde no topo está a fêmea alfa e na sequencia as éguas com instinto mais dominante e que melhor se relacionam com a égua alfa.

No manejo das éguas esta característica deve ser levada em conta. Animais muito dominantes ou muito submissos podem ter seu nível de estresse muito elevados em contato com animais incompatíveis, o que piora seu bem-estar e se reflete negativamente nos resultados obtidos com estes animais.

Uma única égua com excessiva dominância pode alterar o comportamento reprodutivo de um lote inteiro de éguas manejadas em confinamento.

As características comportamentais de cada classe sexual da espécie equina apresenta diferentes necessidades na hora do manejo. Somado a isso, cada animal apresenta uma variação individual de personalidade dentro de cada grupo desses. Infelizmente, não há uma receita pronta para a percepção desse contexto, isso será resultado da experiência no manejo dessa espécie.

Dúvidas? Dicas? Sugestões? Um abraço.

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